Com lágrima nos olhos acompanho o enterro dessas crianças vitimadas por Wellinton Menezes de Oliveira, um jovem transtornado e um enigma para todos. Imagino que para este rapaz na escola estava a raiz de seus problemas. Ali ele deve ter sido vítima de humilhações e descaso ao passar desapercebida sua pré-disposição à problemas psicológicos graves.
Não estou defendendo um assassino, estou tentando entender o que leva uma pessoa à uma atitude tão hedionda. Na nossa sociedade as escolas teriam que dar assistência integral às crianças e se tornarem centros de cidadania e não de domesticação, como tentam fazer os que nelas atuam. Os alunos, na sua maioria, têm que passar parte do seu dia dentro de salas de aulas detonadas e deprimentes, com professores mal pagos e sem recursos didáticos adequados. A arquitetura dos prédios escolares nos remete aos presídios, com cores tristes e grades de ferro, quando não depredada, pouco estimula a criatividade e alegria características da infância; a super lotação das salas de aula, impossibilitando aos professores fazer um acompanhamento qualitativo. São inúmeros os problemas das escolas em nosso país.
Mas o que fazer para evitar acontecimentos trágicos como este e tantos outros que ocorrem “silenciosamente” em nossa sociedade? Investir em segurança!? Não apenas! É preciso mudar o conceito de Escola Pública no Brasil e levar este assunto com seriedade e prioridade nacional. E para atender a demanda dos "brasileirinhos", D. Dilma, é preciso transformar as escolas em ambientes frutíferos à infância e à cidadania, implantando o período integral, transformando as escolas em clubes de aperfeiçoamento, com piscinas, brinquedotecas, centro de atendimento médico com dentistas e psicólogos, cursos profissionalizantes e encaminhamento ao mercado de trabalho, permitindo ao acesso ao conhecimento, à cultura e o lazer.
Daí vem aqueles mesmo de sempre defender que a educação pública é cara e que fazer mudanças desse tipo demanda muito dinheiro. A estes eu digo e protesto: sai muito mais caro é enterrar jovens inocentes que teriam uma vida toda pela frente, mas as têm interrompidas de diversas formas trágicas, seja por loucos atiradores, pelo tráfico de drogas ou pela marginalização da população pobre deste país.
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